Nessas noites de morna calmaria
em que o Mar se não mexe o Arvoredo
não murmura, pedindo o Sol mais cedo,
que o resguarde da fria Ventania;
em que a Lua boceja, se embacia,
e as palavras estagnam, no ar quêdo,
noites podres - até chego a ter mêdo
de me volver também Monotonia.
E então sinto vontade de atirar
meu corpo bruto e nu contra o espanto
da Noite, a ver se o quebro e vibro, enfim;
cair no lago morto e acordar
os cisnes que adormecem de quebranto...
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Mas só caio, afinal, dentro de mim.
Um comentário:
sabe bem ler aqui um poeta português de uma sensibilidade tão particular como a de sebastião da Gama.
obrigada.
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