Pequena licença para citar o "História social do Jazz" do Hobsbawm. Prefácio do Veríssimo. Para ler com tempo e o ouvido atento. Pesquisa. Cada citação é importante. Escutar todas. Fanatismo mesmo. Escute e escute outra vez. É também literatura, música. Bom. Recomendo o Whisky, mas seria parcial demais. Óbvio talvez, ou tolo. Ainda não acabei de ler. Tavez não acabe nunca. Mas voltarei para cá logo; entre uma página e outra leio uma poesia, quem sabe um romance. Indicações aí na caixa de comentários são bem-vindas. Quero ler tudo que faça bem - que faça mal também, mas estes leio em poucos momentos.
Beijos,
Julia.
3 comentários:
dia desses me apresentaram "ANAFLOR" de Kurt Schwitters, numa (tradução do Haroldo de Campos. Lembrei de você.
ANAFLOR - Kurt Schwitters (tradução de Haroldo de Campos)
Ó amada dos meus vinte-e-sete sentidos, eu
te amo! — Tu, te, ti, contigo, eu, te, tu, me.
— Nós?
Isto (de passagem) não vai bem aqui.
Quem és tu, mulher inumerável? Tu és
— és? — Eras, andam dizendo, — deixa
que digam, nem sabem em que pé
está o campanário.
Chapéu nos pés, caminhas sobre as mãos,
volante sobre as mãos.
Olá, pregas brancas serram tua roupa rubra,
Rubroteamo Anaflor, em rubro te me amo! — Tu
teu te a ti, eu te, tu me, — Nós?
Isto (de passagem) lança-se à brasa fria.
Rubraflor, rubra Anaflor, que andam dizendo?
Adivinha: 1) A doidiv’Ana tem uma ave.
2) Anaflor é rubra.
3) E a ave? Quem sabe?
Azul é a cor dos teus cabelos louros.
Rubro é o arrulho de tua ave oliva.
Tu, criatura simples num vestido cotidiano, bem-amado
animal verde, eu te amo! — Tu te ti contigo, eu
a ti, tu a mim, — Nós?
Isto (de passagem) vai para o braseiro.
Anaflor! Ana, a-n-a, gotejo teu
nome. Teu nome em gotas, tenra gordura bovina.
Sabes Ana? Já o sabes?
De trás para diante podes ser lida, e tu
a mais bela de todas, para trás
ou para diante
serás: a-n-a.
Gordura bovina goteja ternura em meu dorso.
Anaflor, animal gotejante, eu te me amo.
Obrigada, lerei algumas vezes antes de pensar.
Postar um comentário