mergulhem-se

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A Porta Estreita, André Gide, Romance

Não me lembro de ter chorado em outro livro como me lembro de ter chorado nesse. Conheci-o mais por destino(?) do que por acaso. De alguns tempos pra cá eu vinha encontrando diversas citações de André Gide em diferentes livros, na maioria de meus autores preferidos. Na mesma época ganhei por coincidência dois livros dele no original em francês, mas impossíveis de ler ainda para minha pouca compreensão dessa língua. Fiquei tão curiosa para lê-los que passei os dois meses seguintes e outros intercalados procurando algum de seus livros em português despreocupadamente nas livrarias. Ao não ter nenhum êxito me esquecia por um tempo deles até que me deparava mais uma vez com os benditos livros em francês na estante e recomeçava a busca. Da última vez em que me deparei com eles empenhei-me em não esquecê-los e na mesma hora fui atrás de vários sebos a sua procura. Enfim consegui meu primeiro exemplar em português, A Porta Estreita. Talvez possa dizer que esse livro seja mais uma leitura de inverno do que uma leitura de verão (Acaso isso existe?). Me impressionou muito com seu aspecto leviano e ao mesmo tempo triste, pesado. Aliás, é exatamente assim que a história se passa, numa mistura de paixão louca entre dois primos no fim do século 19, início do 20, e um puritanismo enorme dado à moral daquela época. O romance se arrasta e agoniza o leitor que não sabe que às veses a única solução para o amor é esperar.

André Gide (Paris, 22 de novembro de 1869 - 19 de fevereiro de 1951) foi um escritor francês, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1947. Originário de uma família da alta burguesia, foi o fundador da Editora Gallimard e da revista Nouvelle Revue Française.